domingo, 26 de agosto de 2007

As três faces da mesma moeda

Chegando à entrada do seu pub, Cognitio Derelictum, Furlan nota que o guarda da entrada começou a agir nervosamente com a sua aproximação.
- Algum problema Luigi?
- É o meu irmão Sr. ele foi embora.
- O Mario? Hum, estranho, ele nem sequer pediu demissão... mas, você já tem outra pessoa em
mente para te substituir nos dias que eram dele?
- S-sim senhor, ele virá amanhã para conversar com o senhor.
Entrando no pub e olhando para Luigi, Furlan respondeu:
- Certo, mas eu já disse pra me chamar de você. E acalme-se Luigi, não há motivo para tanto
nervosismo.
- E-esta b-bem senhor.
Furlan entrou no pub, estava quase vazio ainda, afinal o horário de movimentação começaria
mesmo somente daqui mas duas horas. Andou até o barman que havia feito um sinal chamando-o.
- Temos um problema Furlan.
- Fale.
- É sobre o Mario...
- Sim, eu sei. O Luigi já falou que ele foi embora, estranho você se preocupar com isso...
- Não é exatamente isso, é que eu estava treinando aquele maledeto pra me auxiliar aqui no bar, mas o desgraçado descobriu a receita do absinto flambado e se vendeu.
- É, isso é realmente um problema, você sabe para onde ele foi?
- Para o Brasil se não me engano, ele deixou esse folheto aqui perdido.
Furlan pegou o folheto e o olhou atentemente, na parte superior estava escrito com letras grandes em verde ácido "O Covil de J. Lestrange".
- Maldito Lestrange, sempre usando de truques sujos para conseguir o que quer, mas não se
preocupe, ele não fará rivalidde com a gente lá do Brasil, e duvido que ele permitirá que a receita fuja do Covil. Mas da próxima vez, Beneddeto, fale comigo antes de treinar alguém para te auxiliar, você sabe que eu gosto de saber tudo o que acontece por aqui.
- Desculpe Furlan, isso não acontecerá novamente... pobre Luigi, está sofrendo tanto pelo que seu irmão fez, como pode dois irmãos serem tão diferentes um do outro, eu me pergunto?
- Da diferença nasce a originalidade, até depois então!
- Certamente.
Furlan foi para sua habitual mesa afastada do centro e ficou pensando sobre Lestrange e Mario, decidindo enviar uma mensagem para ele na próxima oportunidade que tivesse. Olhou novamente para o pub, viu que haviam apenas três pessoas ainda quando entrou um quarto pela porta e foi direto para o bar.
Este se chama Antônio Peruche, advogado, olhou ao redor, viu sentado na outra ponta do balcão
um sujeito com roupas gastas e rasgadas, um músico de nome Carlo Pinotti.
- Sabe Beneddeto...
Falou Peruche dirigindo-se ao barman que o servia, e falando alto e claramente para que Pinotti o pudesse ouvir.
- Sim Tom?
- Eu sempre desprezei estes tipos de pessoa sem passado nem futuro, que vivem jogados por aí,
não dão importância a nada a não ser eles mesmos. Se auto denominam artista, como se fosse
arte aquile lixo que saí da boca deles, estou falando dequeles sujeitos que dizem serem músicos,
mas não conhecem realmente o que é a música, os clássicos, apenas cantam em botecos e bares
e acham que são grande coisa. O mundo seria realmente melhor sem eles para poluir o ambiente de pessoas honestas e trabalhadoras como nós.
- Hum...
- Sabe o que eu acho?
Ambos olharam para o lado para ver o que Pinotti estava falando.
- Eu acho que o mundo estaria melhor sem você Antônio, sem você e sem gente do seu tipo, só se peocupa com trabalho e se esquece do que realmente é importante na vida. Você falou de família, mas quando foi a última vez que você foi visitar a Andreza?
Andreza Peruche Pinotti, era a irmã mais nova dos dois, os pais de Carlo e Antônio eram viúvos e já tinham seus filhos quando se conheceram, se casaram e pouco tempo depois tiveram Andreza. Um nunca gostou do outro e ambos consideravam Andreza sua única irmã.
- Isso não interessa, ela sabe que eu não sou um desocupado, como certa pessoa...
- Se você quer falar de mim por que não fala diretamente? Fica sempre com as suas indiretas, e eu já te disse, não me importo com a sua opinião. A propósito convidei a Andreza pra vir aqui hoje, espero que você se comporte.
- Me comportar? Você que é o rebelde sem causa por aqui seu bastardo.
- Cale a boca, seu verme sujo, não venha descontar em mim se seu dia não foi bom.
Neste momento entra uma jovem mulher muito bonita, porém sua presença não é notada pelos
dois homens discutindo o bar, estes quais já estão se levantando e ameaçando começar a brigar a qualquer momento.
Andreza prevendo o pior, ela parte par lá para separar os dois irmãos, mas no meio do caminho os dois já estão trocando socos e chutes.
- LUIGI.Desesperado e chamando o segurança Beneddeto começa a mandar que ambos saíam do pub,
porém após levar um soco de Antônio, Carlo dá um passo para trás e acaba empurrando Andrez
que caí e bate a cabeça em uma cadeira e fica desmaiada no chão. Os dois nem percebem a
presença dela ali caída e reiniciam a briga.
- BASTA.
A voz de Furlan saiu tão forte e austera que ambos olharam assustados, até mesmo Beneddeto, que já havia presenciado esta atitude dele em alguns acontecimentos (o último quando um rapaz queria levar uma jovem à força para o seu carro), tremeu, pois isso significava que seu patrão estava realmente furioso e desafiá-lo nesse momento era algo totalmente desaconselhavél.
- CHEGA DISTO AGORA, NÃO ME INTERRESSA O PROBLEMA DE VOCÊS, MAS O MEU PUB NÃO É LUGAR DE LAVAR ROUPA SUJA. LUIGI, CHAME UMA AMBULÂNCIA AGORA, ESTA JOVEM NÃO ESTÁ BEM.
- Andreza...
- O que aconteceu?
- Vocês dosi seus idiotas, foi isso que aconteceu, vocês a acertaram quando ela estava vindo para separar vocês.
- Ela esta...?
- Não, mas não graças a vocês, mas ela deve ser tratado logo, ou pode piorar.
- Eu vou junto com ela para o hospital.
- Eu também...
E ficaram o três ao lado de Andreza esperando a ambulância, que chegou dois minutos mais tarde. Antônio e Carlo seguiram junto com ela até o hospital, onde ela ficou internada em estado grave por duas semanas, depois mais uma em recuperação. Durante este tempo os irmãos se revezaram para que ela nunca ficasse sozinha, e isso acabou servindo para aproximá-los, Carlo viu Antônio desmarcar reuniões e casos importantes para poder ficar junto de Andreza, e Antônio viu Carlo cuidar de sua irmã com um zelo tal que ele nunca havia visto em lugar algum.
Algum tempo depois os três foram juntos para o Cognitio Derelictum se desculpar pelo acontecido, e para comemorar a recém formada amizade entre eles.
Três lados de uma mesma moeda finalmente aceitaram que um completa o outro e que ambos tem algo para ensinar e para aprender entre si.
* As moedas tem tantos lados eu quiser para complementar os meus textos.
Muahahaha.
E sim meus caros, J. Lestrange roubou minha idéia de absintos flambados e colocou em seu covil.
Na próxima edição uma história anterior ao pub, que trabalha um pouco com a idéia de conhecimento alheio, não percam. Até a próxima.

domingo, 19 de agosto de 2007

A pedidos 'O Pub'

Andando calmamente por ruelas desertas de Roma estava o então dono de um pequeno pub novo das redondezas, pub este que estava se tornando cada vez mais popular entre os moradores desta gigantesca cidade. Enquanto se aproximava cada vez mais de seu destino ele refletia sobre as coisas que o levaram a estar ali nesta fase de sua vida, em como tudo poderia ser diferente, mais facil, que ele poderia ser mais rico, e dava graças a Deus por tudo haver ocorrido exatamente como ocorreu, era o dono de seu pequeno mundo, ou melhor quase o dono, ainda falta uma coisa que ele não havia conquistado, mas não gostava de falar sobre isso. Era a pessoa mais confiável que se podia encontrar, mas pagou um preço alto por isso, não confiava totalmente em praticamente ninguém.
Finalmente chegou ao seu destino.
- Boa-noite Sr. Furlan.
- Boa-noite Luigi.
Definitivamente foi uma boa idéia contratar apenas brasileiros e descendentes diretos, Furlan se sentia em casa quando falava com eles em sua língua-natal, e já havia tanto tempo que ele não visitava sua pátria que isso havia se tornado algo de grande importância sentimental para ele.
Entrou no pub, comprimentou os empregados com a sua cordilidade de sempre, se sentou numa mesa mais afastada do centro, olhou o ambiente, era tudo exatamente como sempre havia idealizado: ambiente soturno, luz brilhando fracamente (o que era amplamente apreciado pelos freqüentadores, pois geralmente iam ao local para refletir, dar um tempo na vida corrida lá de fora, e a pouca luz os faziam se sentir mais livres das pressões da sociedade), decoração estilo idade média, um bar com um barman extremamente capacitado, um palco para pequenas bandas locais se apresentarem (palco esse que iniciou algumas das bandas de maiores sucessos da atualidade). Mas seu olhar já não está mais em nada disso, e sim na pequena estante de livros que ele mesmo havia juntado durante anos, apenas os melhores de todas as épocas, livres para qualquer freqüentador ler à vontade, seu olhar parou em um vão entre os livros, local onde costuma ficar o seu livro preferido "Shibumi". Então percorreu a sala para ver quem havia pego o livro, o encontrou em uma mesa, aberto mais ou menos pela metade e aparentemente sendo muito apreciado por uma pequena moça, de olhos lindos, cabelos da altura do pescoço, aquelas que quando abrem um sorriso iluminam o ambiente e conquistam a todos os presentes.
Um pequeno sorriso apareceu no canto dos lábios de Furlan, então levantando-se de seu costumeiro lugar foi até o barman atrás do balcão.
- Mê vê dois absintos flambados Beneddeto.
- Agora mesmo.
- Obrigado.
- Ora, estou aqui pra isso.
O absinto flambado é um dos grandes atributos da popularidade do pub, afinal nenhum dos outros pubs conseguiu criar tal drink, colocar fogo em uma bebida com teor alcoólico tão alto era algo completamente impensável até o momento em que Furlan, juntamente com Beneddeto, conseguiram tal façanha, criando uma bebida com o dobro do sabor do absinto, porém pelo fato do fogo grande parte do álcool evaporava e tornava a bebida mais fraca do ponto de vista da embriaguez.
Assoprando ambos os copos para acabar com o fogo, o dono do pub se aproximou da jovem lendo seu livro e se sentou na cadeira imediatamente a sua frente da mesa.
- Absinto Srta. Schneider?
Ela levanta a cabeça com um imenso sorriso nos lábios.
- Obrigada, seu bobo.
- Bobo eu? Mas, por quê tal ofensa a mim?
- Claro que tu é bobo. Oras, onde já se viu de me chamar de srta. Schneider, heim sr. Furlan?
- Rá! devolvendo na mesma moeda, é? Mas tudo bem, eu mereço, gostou do livro?
- É legal, tu me falou tanto dele que tive que acabar lendo.
- Que bom saber que nem todas as minhas palavras são em vão.
- Bobo...
- É, quem sabe contigo repetindo eu não acabo acreditando nisso mesmo, né?
Ela da uns pequenos risinhos, e fica olhando fixamente para os olhos de Furlan, que em momento algum desvia os seus olhos. Eles são pessoas tão parecidas e se conheceram a tanto tempo que, apesar de todo o tempo que o destino os separou, é como se sempre estivessem ali, numa mesa, olhando os olhos um do outro sem ver quanto tempo havia se passado.
- Você nunca vai mudar né, seu bobo...
- Mudar?... você é quem melhor sabe o quanto eu mudei em todo esse tempo.
- É você tem razão, mas você continua bobo.
- É isso é verdade.
- Nossa, que música linda.
- Quer dançar?
- Aqui? Agora?
- Claro, por que não?
- Ai, ai, você e suas idéias...
Levantaram-se juntos e foram dançar, logo outros casais começaram a dançar juntamente no salão. E então Furlan olhou ao redor, olhou para aquela pequena bela ali em seus braços e finalmente se sentiu completo em seu pequeno mundo.

*Esta é uma história de ficção e nada tem haver com a realidade... por enquanto.

domingo, 12 de agosto de 2007

Nada nada, só inicio

Primeiramente gostaria de agradeçer a quem quer que possa estar lendo estas pobres linhas que eu humildemente aqui vos escrevo.
Gostaria também por meio desta informar que nada porei neste espaço neste curta visita, porém para novos encontros isto ja está sendo preparado.
Nada mais,