quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Furlan VS Louva-Deus

Furlan havia chegado do trabalho, era uma noite chuvosa.
Estava olhando televisão, quando sentiu, sabia que havia algo mais na cozinha, onde olhava aquelas imagens cintilantes pela tela.
Olhou em volta e viu, um louva-deus na cortina acima da pia. Assustou-se, desde criança foi ensinado a temer louva-deuses.
Pegou seus chinelos, então fez movimentos em direção ao inseto maldito, ele voava um pouco, e voltava para onde estava anteriormente. Até determinado momento [uma eternidade] em que ele resolveu pousar na própria janela [e acreditem, ele conseguia andar calmamente sobre o vidro].
Furlan aproveitou a oportunidade, pegou o inseticida que estava por perto e disparou [a uma distância segura]. O jato alcançou fracamente o louva-deus, mas foi o suficiente para fazê-lo ficar tonto. Ele andou para o lado e caiu para fora da cozinha, para fora da casa, vitória.
Furlan foi para fora olhar que havia acontecido ao pequeno ser. Lá estava ele, sobre a mesa que fica na área externa. O maltido voou. Voou na direção de Furlan, mas pousou antes de alcançá-lo. O jovem, nervoso com a situação jogou um dos chinelos que estava em suas mãos. Ele errou, por milímetros, mas errou.
Atirou então outro chinelo, outro erro. Fechou a porta e pegou os chinelos do irmão mais novo, reabriu a porta e o inseto novamente voou em sua direção, e novamente não foi até o final, pior, parou em cima do próprio chinelo anteriormente arremessado, pose de superior.
Furlan irritou-se com tal afronta, atirou os chinelos do irmão, um erro depois do outro. Refechou a porta, buscou os chinelos de sua mãe, e calçou outros chinelos do irmão mais velho. Ao voltar a abrir a porta o inseto voou, mas dessa vez em direção ao botijão de gás [que estava próximo de Furlan]. E lá se foi um dos chinelos da mãe em erro continuo.
O jovem voltou a pegar o inseticida, e desta vez não economizou, o pobre louva-deus caiu, ainda vivo, do botijão. Furlan ia atacar novamente, e qundo se aproximou o inseto fez um ruído estridente, assustador, e ele recuou, mas teve uma idéia.
Furlan entrou na casa, pegou um isqueiro e um desodorante. Flamas, o inseto ainda vivia. Últim chinelo a ser arremessado. Na mosca, digo, louva-deus. E então, numa atitude anti-desportista, de mau ganhador, ele incinera o guerreiro verde. É o fim.
Ele junta os chinelos espalhados por todo o lugar.
Entra em casa, devolve os chinelos aos dormentes familiares.

Nada mal para uma madrugada, ainda mais quando se está simples e unicamente enrolado na sua toalha, pronto para tomar seu banho.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Das Utopias

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

Mário Quintana

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Cognitio Derelictum - Inovações parte 2

Furlan estava sentado no seu local habitual do pub, geralmente se mantinha lá até o movimento aumentar, e então se dirigia ao seu escritório no interior do estabelecimento.
- Furlan!
Ele olhou para o bar, Raul estava lá, e apontava para a jovem, Amanda. Fez um sinal com a cabeça para ele, e então esperou que ela se aproximasse.
Ficou observando ela se aproximar, e deu um pequeno sorriso quando ela lhe olhou.
- Olá, pode sentar.
- Obrigada.
- Então, senhorita Amanda, andei olhando seu currículo. E devo dizer, gostei dele. Mas antes de lhe contratar tenho que perguntar uma coisa.
- Tudo bem. Mas pode me chamar só de Amanda, por favor.
- Fiquei sabendo que você aceitaria trabalhar aqui até mesmo lavando pratos, isto é verdade?
- É sim.
- E posso saber por que?
- Ora, por tudo isso.
Levantou os braços como se estivesse mostrando o pub para Furlan.
- Sempre quis trabalhar em um lugar como esse, repleto de pessoas interessantes.
- Mas, se você ficasse lavando pratos, não veria os clientes que frequentam o Cognitio.
Ela olhou ele nos olhos, depois olhou em volta distraídamente, fitou a mesa por alguns instantes, então olhou novamente para ele e respondeu.
- Não são só eles que são interessantes.
Por um instante Pietro sequer respirou, depois voltou perdido à realidade. Pegou o currículo já decorado em suas mãos e fingia procurar algo.
Respirou fundo e continuou.
- Bem, Amanda, olhando aqui, acho que posso lhe conseguir algo melhor do que lavar pratos.
- Mesmo? O que?
Furlan estava perdido por causa daquele sorriso desconcertante, e agradecido por Egon não estar por ali para ver isso.
- Vejamos, acha que tem algo que poderia ser mudado por aqui?
Olhou em volta e rodopiou o dedo em riste.
- Hum... Bem talvez algumas coisas.
- Ótimo, se aceitar, será nossa decoradora, a primeira aliás, e então?
Ela arregalou os olhos e alargou seu sorriso.
- Claro, claro que sim, começo quando?
- Bem, oficialmente amanhã, traga sua carteira de trabalho, mas se quiser, pode ir planejando algo hoje mesmo. E aproveite o Cognitio, tudo por conta da casa, faça uma avalição completa.
- Nossa, nem estou acreditando, vou ficar hoje sim. Obrigada.
- Não há o que agradecer. Agora tenho que falar com Raul, aquele rapaz que lhe disse para vir falar comigo, até mais tarde.
Sorriu para ela e foi até o balcão.

Mais tarde, Furlan ainda estava no balcão, sentado em um dos bancos. Observava o movimento e Amanda olhando tudo e fazendo pequenas anotações.
Um rapaz chamou sua atenção, pois acabara de entrar e já estava notavelmente bêbado. Perguntou-se por que Luigi deixara alguém nesse estado entrar ali, olhou para Raul com o cenho fechado e fez um sinal em direção ao rapaz.
O jovem sentou em uma mesa, próximo de Amanda, que estava lendo os títulos dos livros na parede sul do pub.
- Mande Call chamar o Luigi, mas sem alarde.
Raul assentiu e entrou para dentro do bar para chamar Call.
O rapaz ficou encarando Amanda, que olhava os livros, então começou a falar tão alto que quase todos ouviam.
- Você é bem bonita sabia. A piranha da minha ex também era.
Ela olhou assustada para ele, então afastou-se um pouco, esperando que ele parasse.
- Aliás, é bem mais bonita que ela, rá, só porque eu dava uns tapinhas nela ela resolveu chamar a polícia. Vadia.
Amanda olhou assustada em volta, Furlan já havia se levantado e se dirigia ao jovem. Call, saía de trás do balcão e ia em direção à entrada.
- Devia ter visto a cara que ela ficou hoje, haha, toda pintadinha, roxo e preto. Mas vem cá gatinha, você ainda não me disse seu nome.
- Desculpe, mas você tem de sair daqui agora.
O rapaz olhou para Pietro e gritou.
- Vai à merda, você sabe quem eu sou?
Nesse instante Call reaparece na entrada e grita.
- O Luigi está inconsciente no chão.
O rapaz levanta-se e saca uma arma, a qual aponta para a cabeça de Furlan.
- Ele não devia ter tentado me empedir de entrar aqui, ora aquela piranha adorava vir aqui, HAHAHA, agora nunca mais vai vir, nunca mais vai ir em lugar algum.
Furlan resetou o corpo e ficou parado, olhando para o jovem sem sequer piscar.
- Eu sou Leon Zucchini. Agora me traga uma bebida. Ou então...
Ele engatilhou a arma. Furlan sorriu e disse.
- Tudo bem.
Ouviu-se um disparo, o rapaz estava caído no chão, atrás dele estava Amanda, com um grande livro, que mal conseguia segurar, olhava com o rosto assustado para Pietro, e este ainda a sorrir.
- Ele, não te acertou?
- O que? Mirando dois metros acima de mim? Duvido muito, bêbado idiota. Aliás, adoro esse livro "o Tempo e o Vento", primeira edição sabe. Sempre nos salva nos piores momentos, noites solitárias ou bêbados armados, são sempre a solução.
Ele foi até ela, no caminho chutou a arma para longe, e Raul foi pegá-la.
- Vá ajudar o Luigi, e chame uma ambulância pra ele, desse eu cuido.
Alcançou Amanda, tirou o livro das sua mão, olhou pra ele, sorriu, e voltou os olhas para fitá-la, ainda sorrindo.
- Péssimo primeiro dia, não é? Nem sempre é assim. Aliás, obrigado por salvar minha vida.
Ele largou o livro na mesa, olhou novamente para ela, que estava com lágrimas nos olhos. Ela avançou um passo e o abraçou.
- Tudo bem, tudo bem. Já acabou, não se preocupe.
Fez ela sentar-se na cadeira e então pegou o rapaz no chão pelo cangote, apertando firmemente.
- Muito bem, meu caro Zucchini, vamos dar uma voltinha.
Saiu com ele pela porta principal, onde lá fora a família de Luigi já estava tentando reanimá-lo. Eles moravam perto, e ouviram o tiro vindo do local.
- O que houve Pietro?
- Mario, quero lhe apresentar esse babaca, babaca, esse é Mario, o irmão do cara que você nocauteou, e olhe, esses te olhando, são o resto da família dele.
O rapaz arregalou os olhos, já prevendo o pior.
- Mãe, cuide do Luigi, nós vamos dar uma voltinha.
Mario agarrou Leon pelos cabelos e saiu arrastando-o, outros três homens da família o seguiram.
- Venha, vamos lhe mostrar essa parte da cidade amigo.
Pietro olhou para Raul, e este disse que estava tudo bem, melhor era entrar e acalmar às pessoas que ainda estavam lá. Ele entrou e então viu todos ainda sentados em seus lugares, um pouco tensos, é verdade, mas mesmo assim, sem aparentar vontade de ir embora.
- Eu falei com eles, acho que vai ficar tudo bem, e ah, prometi um desconto de 30% pra eles, tudo bem?
Furlan ainda estava aturdido.
- Heim? Claro, tudo ótimo. Vamos, vamos beber algo.
Foram até o balcão. Sentaram e Furlan começou a gargalhar baixinho, então parou e ficou sorrindo para Amanda. Ela sorriu, levantou as sombrancelhas, virou o rosto, mas continuou olhando para ele.

E ficaram assim, por algum tempo.

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Cognitio Derelictum - Inovações

Pietro Furlan, como sempre, estava a caminhar em direção ao Cognitio Derelictum.
Na mente as mudanças que ocorreram, naquele ano faziam três anos de sua inauguração. Tantos funcionários que já se foram, Mário [Luigi ainda trabalha lá], Agatha [Sumiu, tão subitamente como chegou], tanta coisa havia mudado, Egon voltara de sua viagem, Raul amadureçera tanto.
Andava, com as mãos no bolso, e o ar batendo no rosto.
Ao chegar no pub, abriu a porta e de lá saiu uma jovem, notável jovem. Sorriu e disse:
- Oi.
Pietro disse um olá meio torto, a cena o desconcentrara, ainda estava com um pé no ar, entrando no pub. Acabou entrando por instinto.
Egon o olhou de soslaio, e com um sorrisso perguntou.
- O que houve?
- Heim? Por que?
- Ora, essa tua cara de perdido, tá pensando em que? Ou melhor, em quem?
- Eu? Ah, ninguém... ...quem era essa moça que acabou de sair?
Egon deu uma bela gargalhada antes de continuar.
- Ela? Hum, é, já imaginava que ia perguntar. Tome, é o currículo dela.
- Tá, tá, me dê, e pare de pensar bobagens.
- Que bobagem? Não estou pensando em nada.
Beneddeto girou os olhos. E Furlan levantou uma sombrancelha olhando para ele.
- Hum, Amanda...
- O que?
- Eu disse que o nome dela é Amanda.
- Eu sei, já li o currículo. É ótimo se quer saber, já a teria contratado, mas você insiste em saber de tudo o que ocorre por aqui. Apesar... que eu acho que não vai fazer nenhuma objeção nesse caso vai?
- Ó noossaa, você lê a minha mente. Não há nada sobre cargo aqui, ela disse algo a você?
- Disse que trabalharia até lavando pratos.
- Isso é sério?
- É.
- ...
- E então?
- Ah, sim, está contratada, estava pensando no que ela poderia fazer...
- Haha, contrata e nem dá um serviço, logo vi.
- Viu o que?
- Nada, nada, vamos, sei que já tem algo em mente, o que é?
- Decoração. Ela parece que tem um quê artístico.
- Como é? Furlan, o gran paisagista do Cognitio, contratando alguém para remodelá-lo? Eu tive que brigar contigo por meses por umas mudancinhas.
- Eu já estava pensando em mudar as coisas, naquela época das suas mudanças não.
- Você mente muito, muito mal.
- Não importa, e então, VOCÊ tem algo contra?
- EU? ha, como se pudesse ter sem você me arrancar o figádo e comê-lo na minha frente.
- Isso seria nojento, eu iria assá-lo antes.
- Claro, claro.
- Muito bem, peça para o Call ligar pra ela, e avisá-la para aparecer aqui mais tarde.
- Sim, chefe.
- E desde quando eu sou o teu chefe?
- Hum, então... sim, sócio opressor e possessivo.
- Porém charmoso.
- Claro, sócio opressor e possessivo, porém charmoso... Ou quase.


Continua...
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Vida... ó vida

Sem histórias e coisas assim hoje, só constatações.


Descobri que:
- Quando falta energia eu aperto o interruptor mesmo assim.
- Se eu digo 'vai chover às sete', então às sete em ponto começar a chover. [é aconteceu Oo]
- Sou praticamente imune aos musquitos que incomodam o povo aqui de casa.
- Nessas férias todos estão sumidos.
- Estou num momento Charlie Brown. [*suspiro*]
- Está na hora de continuar a escrever meu livro, acho que com o IPod vai ficar mais fácil, já que quando me der vontade de escrever vou poder fazê-lo.


E uma tirinha para ilustrar...




* [Ou já nem tão ruiva assim] *

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Poesia momentânea #1

Estrelas singram a noite,
num mar denso de mistério.
Do ar, distante vem seu perfume,
o aroma desta garota que tanto quero.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010