sexta-feira, 30 de março de 2012

A Retomada do Covil

Naya sacou duas pistolas enquanto andava ao lado de Marconi. Ele empunhou uma espada que parecia saída do próprio ar. As pistolas eram duas ruger .44, enquanto a espada era fina e longa, negra e de cabo de marfim.

Naya podia criar confusão em mentes alheias, e em um nível menor, podia ler pensamentos. Ela procurava atentamente o menor indicio de pensamento ofensivo, para atacar pelas duas vias que conhecia, do chumbo e da mente.
Marconi escondia a maioria dos seus talentos, Naya sabia que ele era um potente telepata, sabia também que ele possuía algum tipo de controle aparentemente sutil sobre a água. E claro, ele podia criar a marca, ao marcar alguém ele podia absorver as habilidades e a psique alheia, ou mesmo passar isso adiante, para outro ser. Isso em si lhe dava um poder impossível de ser calculado.

O que Naya nunca tinha visto ele fazer foi o seguinte.
Marconi, absorto pela caçada, parecia farejar o cheiro dos inimigos. Foi então que um novo feixe de energia veio em sua direção. Um golpe rápido e eficaz, a espada cortou o feixe ao meio, criando dois onde havia apenas um, e o fazendo desaparecer.
Então atacou com a espada a parede ao seu lado, cravando a ponta na Madeira velha. Alguns instantes após fazer isso a espada começou a sangrar, e após mais alguns instantes Naya pode ver quem realmente estava sangrando, pois um ombro começou a se formar ao redor da espada.

- Desmaiou. Detesto ilusionistas.

Só então ela pode ver o garoto por completo.

- Eu o conheço. É um dos seus, não é?

- Sim, consegue penetrar a sua mente?

Naya semicerrou os olhos ainda brilhantes, e depois sacudiu a cabeça, não, não podia ler a mente dele.

- Tu não consegue, mas teu irmão conseguiu o controlar de tal forma que até depois de fugir ele ainda estava hipnotizado. Agora vai, ele protegia os outros, traga-os vivos.

Naya saiu e voltou dez minutos depois, trazendo outros três homens.
O garoto junto a Marconi já estava de pé e parecia bem.

- Vamos para o meu escritório, esta frio e lá há uma lareira. Deixe-os comigo agora, Naya.
Ela então liberou os três da sua confusão mental. Piscaram por alguns instante e seus olhos logo voltaram a
vidrarem.

Quando chegaram no escritório um dos rapazes foi diretamente até a lareira para acende-la. Pousou a mão sobre algumas toras de madeira e logo após elas estavam flamejantes.
Marconi sentou-se em uma poltrona, fazendo com que os quatro que os acompanharam se sentassem em um largo banco à sua esquerda.
Hati entrou nesse instante e deitou-se próximo do fogo, ignorando a tido o resto.
Naya sentou no largo braço da poltrona, levando o gato consigo.

Os olhos de Marconi, agora já normais, voltaram a brilhar intensamente por alguns momentos. E todos os quatro rapazes pareceram desmaiar ao mesmo instante. Acabou o brilho e logo após ele começaram a recuperar a consciência.

- Agora, Lotus, me fale o que aconteceu.

Lotus, o garoto com o ombro perfurado pela espada de marcou olhou duramente para Naya e então começou seu relatório.

- Nós capturamos o irmão dela nos morros gêmeos e o trouxemos para cá, mas isso você já sabia. Esperávamos ordens para extrair tudo o que ele soubesse, porém nos foi avisado para lhe esperar, e esperamos.

Ele suspirou, preparando-se para contar onde aconteceu o erro na sua guarda.

- Jake. Jake estava ansioso demais, e quis dar uma espiada na mente dele. É difícil controlar telepatas. Ele entrou na mente dele e foi como tudo começou...


Creative Commons License

Nenhum comentário: